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Em um estudo publicado no periódico American Journal of Clinical Pathology, pesquisadores da Universidade de Northwestern, EUA, reportaram a ocorrência de lesões nas placentas de mulheres grávidas testadas positivas para a COVID-19 durante a gestação. As lesões vistas mostraram fluxo sanguíneo anormal entre a mãe e o feto causado por deformações em vasos sanguíneos (má-perfusão vascular materna) e coágulos sanguíneos, sugerindo uma nova complicação decorrente da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Os resultados das análises indicaram que boa parte do fluxo sanguíneo e da oxigenação tinham sido bloqueados e que várias das placentas eram menores do que o normal.
A placenta é o primeiro órgão a se formar no desenvolvimento fetal, agindo como o pulmão, intestino, rins e fígado do feto, levando oxigênio e nutrientes da circulação sanguínea da mãe e tratando os resíduos. A placenta também é responsável por várias das mudanças hormonais dentro do corpo da mãe.
A placenta ainda consegue funcionar bem mesmo com danos afetando até 50% da sua capacidade, conseguindo manter fetos saudáveis na maioria das vezes com tal nível de limitação. Porém, existe ainda um alto risco de que algumas gravidezes acabem comprometidas.
No total, foram 16 placentas analisadas, e quase todas oriundas de uma gravidez à primeira vista normal em termos de tempo de gestação (9 meses). Uma das grávidas teve um aborto espontâneo no segundo semestre e era assintomática. Outras quatro grávidas também não desenvolveram sintomas. Ainda não se sabe se o aborto ocorreu por causa do vírus, mas a placenta associada mostrou edema viloso e um hematoma retroplacental. Dos bebês que nasceram, todos se mostraram saudáveis. Nenhuma das placentas analisadas mostrou significativo aumento de patologia inflamatória aguda ou crônica quando comparado com placentas de mulheres não-infectadas (controle).
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