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Na quinta-feira passada,  16/04,  o Comitê Científico do Nordeste aprovou uma série de medidas para o enfrentamento do novo coronavírus na região.

No mesmo dia, horas depois, reuniu-se virtualmente com os nove governadores do Nordeste para apresentá-las.

Foi uma reunião histórica. A primeira com todos presentes.

Aprovaram por unanimidade todas as propostas sugeridas, a começar pela criação da brigada emergencial de saúde.

“Basicamente o que queremos neste momento é recrutar médicos e profissionais de saúde de todas as categorias para criar uma verdadeira tropa para atacar onde o vírus nos ataca”, explica o neurocientista Miguel Nicolelis, em mais um episódio do seu Nicolelis Night News (veja acima), no You Tube.

“Por exemplo, nas casas dos nossos irmãos nordestinos, nas periferias das grandes capitais e no interior do Nordeste”, prossegue.

Nicolelis e o ex-ministro Sérgio Rezende são os coordenadores do Comitê Científico do Consórcio.

Atualmente, a região Nordeste conta com um contingente de 15 mil médicos na atenção básica.

Isso significa menos de 1,5 médico para cada 1.000 habitantes.

No Brasil são 2,2 médicos para cada mil habitantes.

“Nós queremos ampliar essa armada com mais 15 mil jovens médicos, que adquiriram o seu exterior e ainda não revalidaram no Brasil”, conta Nicolelis.

A proposta é que as universidades estaduais do Nordeste revalidem os diplomas e esses médicos passem por treinamento de emergência, com supervisão e seguimento absolutamente rigorosos. E, aí,façam um estágio-serviço de quatro meses, como se fosse o começo de uma residência médica.

“Eles vão nos ajudar nas linhas de frente dessa verdadeira guerra, indo às casas, diagnosticando os casos e ajudando os pacientes no tratamento, inclusive isolando-os para que possam se recuperar e não transmitir o vírus para seus familiares, vizinhos”,  expõe.

“Nós vamos sair da defensiva. Vamos atacar o inimigo onde ele nos ataca”, reforça Nicolelis.

Veja os detalhes no vídeo acima, onde o professor relembra o jogo Brasil x Checoslováquia, na Copa do Mundo de 1970.

Nicolelis é um excelente contador de histórias.

Quem gosta de futebol, recomendamos que vá até o final.

Nicolelis relembra com gestos e sons a patada atômica do corintiano Roberto Rivelino, apesar de ele ser palestrino roxo. Afinal, quando o jogo é pela seleção brasileira todas as divergências se esvaem.

Que memória!

Relembra o melhor locutor de futebol que ele já conheceu, Geraldo José de Almeida. Chega a narrar a partida como Geraldo fazia.

“Depois, só dois narradores chegaram perto do Geraldo José de Almeida, a dupla sertaneja Osmar e Oscar”, revela Nicolelis.

Refere-se aos locutores Osmar Santos e Oscar Ulisses.

Como a transmissão caiu, Nicolelis fez outra na sequência — Patada Atômica 2 –, sobre a Copa do Mundo de 1970.

Vale a pena assistir. É sensacional. O professor tinha na época 9 anos de idade!